Camila Yasmine, com sua voz marcada pela inclemência do sol, conhece bem os caminhos pelos quais navega desde menina: a devastação do rio, a vida nada fácil da mulher ribeirinha, os sonhos cantados nesse mundão contraditório de água e seca. Na avenida, no palco ou na ilha, ela faz roda, dá umbigada, “Borda Saia “e comprova que o “Samba Não Mata Ninguém”. Melhor assim, pois dá vontade de esperar o “sol descer para hora do jantar” e ouvir o enredo das muitas lendas e histórias ribeirinhas.
Se é noite, a hora é do samba, e “Samba Tem”, cantado nas janelas da vida com Marias de saias floridas brigando por oportunidades do lado de cá, pedindo licença para sambarem…
E não se espantem ao ouvirem o apelo : “Deus Salve o Samba,” salve a alegria, a esperança, a entrega, a origem, o choro, o grito… quando a voz virar prece no canto do “Santo Rio”. O ritual pede para esquentar o tamborete, afinar o instrumento, entrar na roda e bater palmas. Com os pés descalços, batendo forte no chão, ela e o samba agradecem, comemoram a colheita.