Somos mães o ano inteiro. Cotidianamente vestidas de Amazonas guerreiras, vigiamos as batalhas do nosso dia a dia. De salto alto, o nosso olhar de raioX detecta uma pia entulhada de pratos, um varal acenando bandeiras, um ciclone rodopiando na bagunça da sala.

Ser mãe exige auto-suficiência, condição necessária para exercitar igualdade no feudo patriarcal instalado em nosso lar doce lar.

Escultura de Carina Lacerda/Oficina do Artesão

Escultura de Carina Lacerda/Oficina do Artesão

À revelia das tarefas domésticas ou profissionais, com nossas lanças e escudos travamos uma luta diária na busca de nossos direitos, esculpimos um futuro diferente daquele que nos reservaram culturalmente e historicamente.

Afirmar a nossa identidade é o elo que nos retrata e irmana, o mais autêntico, seja confeitando bolos com chantilly cor de rosa ou clamando justiça pelos filhos perdidos nas praças: da Sé, de Maio, da Cinelândia, do Acari e Candelária.

É essa maternidade militante que festeja nossos dias!

PS. Uma de nossas Amazonas, Simone Cerqueira Ramos, partiu esta semana. Lutou bravamente, dignamente, até o fim. Ficamos com o seu sorriso e o  belo par de olhos azuis.

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