Como chegar a esse Jardim cercado de Artes por todos os lados? Com um sonoro aboio ou um simples Carpe Diem? Antes de tecer poesia, é imprescindível referendar Ana, a musa do barro, um fio que se enrosca a outros fios formando uma rede de passageiros que daqui ou de lá, sempre aportam no seu jardim. Uma espécie de Arcádia tecida de carrancas e metáforas, onde se atravessa a ponte, o rio, as fronteiras dos gêneros, da vida, da arte.
Cheguei entre margens e canteiros demarcados geograficamente por versos trilhando um outro percurso, o da boa prosa. A tiracolo, um blog e alguns conceitos em tempo real e virtual.
Em debate a conexão: poesia e tecnologia. Uma abordagem sobre os recursos da informática, aparentemente frios e exatos, recriando o universo da poesia nos caminhos do ciberespaço, o suporte para se fazer de uma página da internet ou de um blog a base para poemas puramente verbais, ou o espaço para representação de poesias gráficas, visuais, sonoras. Suporte que aproveita os espaços compartilhados (redes) como aportes de significação da poesia. Além do tema, um relato, uma experiência.
Nesse universo tão high-tech a Revolução Digital rompe com conceitos da poética tradicional, sem ter a pretensão de descartá-la mostra a existência de outros processos experimentais: a transgressão da forma, o suporte de um novo espaço, a ruptura com a linearidade. É nesse ponto de convergência que se cria a poesia multimídia e abre-se o leque de conceitos em discussão: poesia digital, arte híbrida, tecnoarte, poesia intersignos.
A poesia em confronto com outra maneira de expressar sentimentos, outra forma de lidar com a expectativa e exposição pessoal, com a intertextualidade e outros caminhos artísticos da cultura digital.