Aqui escrevo tempo para mim. Registro emoções, folheio álbuns, livros, lembranças, amigos, escolhas… Passeio comigo mesma, sem pressa, sem despertador, sem rótulos, sem receitas, somente ninho.
O endereço é eletrônico, mas sempre que posso, abro a porta dos sonhos após um dia exaustivo de trabalho e escrevo, ansiosa para salvar o que realmente nos salva. A maturidade ensina a conviver com o simples, a descartar os postulados: isso não combina com aquilo, tal coisa não se usa mais… Delete, tudo fica para trás.
Ao abrir janelas, atravesso a coragem de me expor, supero o medo de enfrentar o login do olhar alheio e sigo a caminhada com erros e acertos. Exercício de autoconhecimento traduzido em luz e sombra, estranheza e solidão. A vida é assim. E assim é nos breves minutos de prosa, de palavras soltas ao vento, onde posso trocar experiências minhas e suas, e tento restaurar um eu melhor dentro de mim .
Existe também a expectativa de encontrar leitores e interlocutores capturando links na tela indecifrável da vida, olho no olho, face a face. Certamente um clique nos apresentará um ao outro.
Antes de alçar vôo sempre faço o becape. reafirmo um desejo: preciso de palavras que contem para mim o que elas carregam de humanidade e que sejam leves como pluma de bem-te-vi.