A primavera chegou. Essa foi a estação escolhida pelos netos Arthur e Heitor para virem ao mundo. Nesse clima festivo regamos nossos jardins e renovamos esperanças por dias melhores.
Com eles, temos muito a aprender. Somos desafiados a conviver com uma geração bem diferente da nossa. Sabemos muito pouco da Galinha Pintadinha, da Peppa Pig, do Patati e Patatá, da Patrulha Canina, do lidar com os brinquedos eletrônicos. É inevitável o reflexo de nossas diferenças. Assim tem sido.
Como avós, o que não muda mesmo são os valores e a velha e boa receita para ser feliz: ensiná-los a sonhar, a viver com dignidade, a ter caráter e honestidade, a serem gentis e solidários, a não esquecerem da regra única e fundamental… Família, o nosso porto de partida e de chegada!
Tudo isso já foi dito pelos avós e parece clichê, mas não tem como fugir de óbvios conflitos e questionamentos. Que mundo eles enfrentarão? Não me arrisco a dar palpites. Prefiro seguir o curso natural dos ciclos como lei da natureza. A vida é cíclica assim como a Primavera é o começo de um nova estação. Como disse Raquel de Queiroz, “um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe coloca nos braços um bebê. Completamente grátis – nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choro, aquela criancinha da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade, longe de ser um símbolo ou penhor da mocidade, longe de ser um estranho, é um filho seu que é devolvido.”
Alegria? Espanto? Ah! Não há lugar para indagações teóricas…. A voz e a vez são das emoções, elas fluem e ficam à mercê desse (re)nascimento que nos motiva a acreditar que o mundo tem jeito e pode ser bem melhor. Por isso tenho fé. Acredito.