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Aqui, a exclusão é mascarada pelo cordial racismo brasileiro e há até quem diga que não somos preconceituosos, que vivemos em uma democracia racial, e pasmem, preconceituosos são os outros. De que maneira?

O fim da escravidão ainda não representa a totalidade da melhoria na qualidade de vida de muitos trabalhadores brasileiros. Vive-se de outras formas de exploração e sempre comandadas pela presença de donatários, grileiros, carcereiros, capitães do mato e urbanos.

Lembrar para não esquecer de qual parte da história? Colônia, Império, República, Ditadura? Constata-se até que o apartheid que se faz de forma institucional é ainda mais depurado. É claro que o progresso mudou muita coisa , mas o capitalismo continua reinando e reinventando outras formas de servidão, e os escravos modernos são herdeiros dos que foram libertados em 13 de maio de 1888.

Cenas bizarras acontecem frequentemente. Antes éramos negros, agora somos todos macacos. Nesse processo de desumanização, o apocalipse da ciência e da história aparece estampado em camisetas e campanhas publicitárias. Ao vencedor, as bananas! Essa é a tese da comoção nacional, parte de um princípio postulado pelo futebol e tira daí as suas vantagens. A Copa do Mundo na casa grande nos irmana, somos todos brasileiros e nossos ídolos são afrodescendentes! Na senzala: a feijoada, o samba, a capoeira, a pá e a enxada querem  moradia.

É preciso voltar à terra ancestral…Atravessar o atlântico preconceito, conquistar o céu e o chão da igualdade, ouvir o brado retumbante dos filhos de Gandhi.

Com muita Paz e muito Axé!
P.S. Ontem, Jair Rodrigues partiu, foi cantar o Céu Moreno…

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