Sou uma capricorniana casmurra que aprendeu a tocar sentimentos com palavras. A escrita me fez compreender que palavras nem sempre se comportam e, na maioria das vezes, transgridem normas e etiquetas. Sejam pacíficas, doces ou vilãs, todas são vulneráveis a emoções. Algumas vencidas pelo cansaço, ficam aprisionadas a clichês, retóricas, vaidades. Outras, subvertem a ordem, quebram tabus, dogmas, preconceitos. Existe ainda o time das silenciosas, aquelas que preferem mergulhar sem medo nos escombros das entrelinhas e apostam na eloquência do não dizer. Mascaradas em nuances e armadilhas ficam à espreita, arriscando vôo e morada nos desertos da imaginação.
O nosso encontro é solitário, de clausura. Silêncio que exige identidade, posse, livre arbítrio nas escolhas, equilíbrio no andar sobre linhas e sentidos… É quando abro o coração e nasce a voz dizendo quem sou. Assim escrevo.

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