Da Netflix para o grupo “É proibido proibir” no Whatsapp, o documentário chileno “La Once”, (em português “A hora do chá”), contracena memórias e realidade.
O filme retrata a vida de nove idosas chilenas que se reúnem uma vez por mês há 60 anos. A diretora do filme, Maite Alberdi, é neta de uma delas e gravou as cenas durante alguns desses encontros.
Trata-se de uma reflexão amadurecida sobre a vida, as transformações sociais e sobretudo o elo da amizade.

Ė um documentário que permite estudar as representações sociais do envelhecimento através do diálogo e pontos de vista dessas mulheres e a compartilhar os mesmos sentimentos. De imediato sentimos falta da hora do chá como rotina, mas pontualmente não deixamos escapar o nosso encontro marcado na hora certa do tempo. Embora acomodadas ao automatismo das mensagens virtuais, nos preparamos para comemorar mais um encontro da “Turma de magistério – 1968”, do Colégio N.S. Auxiliadora, 55 anos depois.

Um privilégio que nos permitiu atravessar desafios e intempéries jamais imaginados: sobrevivemos a uma pandemia, participamos de revoluções políticas e sociais, acompanhamos a evolução histórica da representação da mulher na sociedade e ainda temos a digna tarefa de desconstruir continuamente o estereótipo da pessoa idosa como alguém ultrapassado e afins.
Desta vez o cenário escolhido foi o povoado de Caboclo, pelo bucolismo da paisagem, do aconchego de amigos e tamarindeiros…
E assim comemoramos novo tempo, nova vez, driblando percalços, opiniões, dores e perdas…Gratas pela chance de atualizar o antigo caderno de recordações com hino, coraçãozinhos, selfies… Gratas por reascender sonhos e memórias em cada abraço.
No roteiro os versos da canção apontam o caminho:
“Sempre em frente
Não temos tempo a perder!”

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