Desmistificar ou desmascarar? Palavras de ordem e de julgamentos  para   escassas e óbvias conclusões:  diagnosticar receitas para as mazelas do cenário político ou corrigir os seus descaminhos? Nesse contexto,  a  realidade nos contrapõe com um SIM e um NÃO, promovendo um  holocausto para  nossas certezas:

“Quem ocupa o trono tem culpa

Quem oculta o crime também

Quem duvida da vida tem culpa

Quem evita a dúvida também tem”

SIM, a culpa é uma ação consentida, arma poderosa apontada em nossa consciência,  é o céu e o inferno dos fatos, das desigualdades, dos preconceitos e intolerâncias. Debaixo  do nosso nariz, juízes  e  algozes  desenham o mapa da corrupção do país, enquanto as ideologias confrontam-se   nas  cores dos levantes e passeatas. Ferida, a sociedade democraticamente caminha entre os valores da culpa e da redenção, sedenta  por “um momento de embriaguez”

Nesse caos , é preciso dar um Não à  banalização do que se diz e  se comenta, vírus tão comum nos dias atuais, que nem nos damos conta de que “tudo ficou tão claro/ O que era raro ficou comum”   A  liberdade reside na  arena do Sim e do Não, nela “os ventos sopram e  às vezes  erram  a  direção”.  Portanto, é do livre arbítrio que  nascem  as portas da  esperança  e  as chaves  das prisões. De um modo ou de outro sabemos disso.

São nossas  escolhas que conduzem a história e testam  nossa resistência. Como escape, só nos resta a  Arte,  combustível  capaz de traduzir  sentimentos de inconformismo e revolta. Desabafo contido nos versos “Somos quem podemos ser “ do poeta Humberto Gessinger e na charge  Mãe Gentil, de Ivan Cabral, doses de  reflexão,  antídotos necessários antes de  assistirmos  aos dantescos espetáculos  políticos.

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