No calendário gregoriano, Março de coincidências, celebrações e significados: poesia, circo, teatro, escola, artes. Mês de orações, de muitos santos, muitos devotos  e de campanhas renovadas em  propósitos  de liberdade sem exclusões. Fraternidade  em   gestos.

A natureza  em ciclos  revolve a terra, faz festa, gesta canteiros e sementes. Em  flores, o  feminino brota: belas emílias, madressilvas, angélicas, margaridas, orquídeas, mulheres.

A poesia também  sai às ruas anunciando  chuvas e poemas. Do  lado de cá, outono. Do outro, primavera. Com  Marte, o deus da guerra, a quem foi dedicado o mês, os dias caminham com a sua proteção. Sem defesas,  guerra verdadeira mesmo  é acertar as contas do mês  depois do carnaval e deparar-se com  deuses nada mitológicos: IPVA, IPTU, IRPF, ICMS, IPI, ISS, IOF… Aí sim, “é  madeira de vento, tombo da ribanceira , é o queira ou não queira”.

Nessa torrente,  renovar-se em promessas de vida, é preciso, seguindo as águas de março ou trilha da canção:

“É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão”

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